A cirurgia da tireóide foi desenvolvida há aproximadamente 100 anos por Theodor Kocher, o qual recebeu o prêmio Nobel de Medicina em 1909 por seus estudos sobre a cirurgia da glândula tireóide. Desta forma, trata-se de uma operação bastante padronizada e realizada em larga escala há muito tempo.
As principais indicações para a remoção parcial ou total da glândula tireóide são:
A tireóide é uma glândula em forma de “H” ou em forma de uma borboleta, localizada na parte da frente do pescoço, na sua porção mais baixa. É responsável pela produção dos hormônios tireóideanos (T3 e T4), os quais regulam uma série de funções no organismo. A glândula está relacionada com algumas estruturas importantes da região. As principais são:
Observando as importantes estruturas com a qual a tireóide se relaciona é possível entender porque a cirurgia desta glândula só deve ser feita pelo cirurgião de cabeça e pescoço, pois este tem formação e experiência suficientes para praticá-la com segurança, com pouquíssimos riscos para o paciente. Em mãos experientes, a cirurgia é eficaz, segura, com rápida recuperação e alta hospitalar normalmente no dia seguinte.
A cirurgia é feita sempre em ambiente hospitalar (nunca em clínicas) sob anestesia geral. Realiza-se um corte (incisão) de aproximadamente 4 a 5cm (dependendo do tamanho da tireóide) no região anterior do pescoço em forma de arco, seguindo, sempre que possível uma linha natural do pescoço. Através desta incisão remove-se parte ou toda a tireóide (dependendo do caso) preservando todas as estruturas importantes da região. Ao término da operação coloca-se um dreno fino abaixo da incisão para a saída de pequena quantidade de sangue nas primeiras 12-24 horas e fecha-se a pele com pontos de plástica.
O paciente pode falar e comer no mesmo dia, assim como levantar da cama. No dia seguinte, normalmente o dreno é retirado e o doente recebe alta. Em casa, não há grandes restrições. Após uma semana retira-se os pontos e mantêm-se um curativo de plástica para garantir um bom resultado estético.
A cicatriz costuma ficar muito boa. Em alguns pacientes torna-se inaparente. Atualmente tenta-se reduzir cada vez mais o tamanho das incisões. Deve-se tomar cuidado com isso a fim de não reduzir a segurança de preservação das estruturas importantes para não proporcionar sequelas ao paciente. Além disso, as cicatrizes no pescoço feitas sobre uma linha natural costumam Ter excelentes resultados independente do tamanho. Pelo contrário, incisões muito pequenas podem machucar demais a pele pela necessidade de esticá-la em função do pequeno espaço no campo operatório, levando a cicatrizes piores que a incisão padronizada.
A grande maioria dos pacientes não apresenta alterações de voz. Aqueles que possuem algum tipo de rouquidão normalmente recuperam-se espontaneamente. Alterações definitivas da voz são muito raras na mão de especialistas (menos que 1%). Mesmo estes pacientes recuperam-se bem fazendo exercícios com fonoaudióloga.
Sempre que possível procura-se preservar parte da tireóide com o objetivo de tentar manter a produção normal dos hormônios T3 e T4 a fim de que o paciente não precise de reposição hormonal. Quando se retira toda a glândula a reposição hormonal será necessária para o resto da vida. O medicamento é barato, fácil de ser administrado (1 comprimido por dia) e proporciona ao paciente uma vida absolutamente normal.
Algumas técnicas novas estão sendo tentadas na cirurgia da tireóide:
Todas essas técnicas implicam em altos custos. Devem ser utilizadas com critério e somente quando apresentarem um benefício médico real para o paciente.
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