Diante de um achado de um nódulo
em tireoide, diagnosticado por palpação do pescoço ou ultrassonografia (USG) de
rotina, o paciente deverá procurar um especialista nas doenças desta glândula.
Atualmente, a maioria dos nódulos tireoideanos que recebemos em nossa clínica são
aqueles diagnosticados casualmente em um USG de tireoide de rotina. Em geral
estes nódulos são pequenos, não palpáveis no exame físico do paciente.
Após
avaliar o paciente a procura de sinais e sintomas de hiper ou hipotireoidismo, que
normalmente não estão presentes, e examinar o paciente, recomenda-se como
primeira medida a realização de uma USG com doppler colorido. Neste exame serão
avaliados as características do nódulo como tamanho, se é sólido, cístico ou
misto, sua ecogenicidade (espécie de tonalidade de cinza que o nódulo apresenta
no USG em relação à tonalidade de cinza característica do tecido tireoideano
vizinho), se suas bordas são bem delimitadas ou não, seu padrão de
vascularização e se possui microcalcificações.
Nódulos sólidos ou mistos, hipoecogênicos em relação ao restante do parênquima (aparecem no USG em uma tonalidade de cinza mais clara que o resto da glândula tireoide), com bordas irregulares, com vascularização central predominante e com microcalcificações são altamente suspeitos para malignidade e devem ser submetidos a punção biópsia por agulha fina (PAAF). Ao contrário nódulos císticos ou mistos, pouco vascularizados, com bordas bem delimitadas e sem microcalcificações, em geral podem ser observados com consultas e USG periódicos.
Além do USG com doppler e da PAAF, devem ser solicitados o perfil hormonal da tireoide (TSH e T4 livre), que em geral está normal (mesmo na presença de tumores malignos, os valores desses hormônios no sangue não costuma estar alterado); e anticorpos anti-tireoideanos (anti-tireoglobulina e anti-peroxidase) que podem estar elevados nas tireoidites auto-imunes. Em caso de hipertireoidismo (TSH baixo e T4livre elevado) deve ser pedido o Trab (anticorpo anti receptor de TSH) e eventualmente a cintilografia da tireoide com I131 deva ser solicitada para o diagnóstico diferencial entre um bócio difuso tóxico com nódulos (Doença de Graves com nódulos), bócio difuso tóxico autônomo (doença de Plummer) e bócio multinodular tóxico não autônomo.
Para nódulos muito volumosos, pode ser solicitado o RX de coluna aérea cervical ou tomografia de pescoço e tórax para evidenciar compressões sobre a traquéia e extensões do nódulo para o tórax. As indicações de cirurgia sobre a tireoide (suspeita de câncer, sintomas compressivos locais, hipertireoidismo, bócio mergulhante e estética) dependerão da correta avaliação do nódulo tireoideano pelo especialista, seu sintomas e riscos futuros que sua presença representam para a boa saúde do paciente.
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